O Habitat da minha Mãe Yemonja

O Habitat da minha Mãe Yemonja
Odoiá, Yemonjá. Rainha das ondas,Sereia do mar.Como é belo o teu canto, Senhora.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MARIA PADILHA DAS SETE ENCRUZILHADAS


Estória de Maria Padilha Rainha das Sete Encruzilhadas:

Núbia estava satisfeita e feliz. Depois de uma misteriosa doença, sua prima, a rainha Velma, havia sucumbido. E ela sabia do que se tratava, fora ela quem, diariamente, pingara gotas de um poderoso veneno nas refeições da soberana. O caso amoroso que mantinha com o rei Alberto finalmente teria um final feliz. Para ela, claro! Mal pode conter a alegria quando foi notificada da morte da prima. Fez um tremendo esforço para derramar algumas lágrimas durante o féretro, porém seus pensamentos fervilhavam, imaginava os detalhes de sua coroação. Havia o período de luto de no mínimo três meses, mas isso era de menos, Alberto estava totalmente apaixonado e faria de tudo para casar-se com ela o mais rápido possível. Aí sim, a glória e o poder que sempre foram daquela tonta seriam dela para frente. Várias vezes tivera que cobrir o rosto com seu lenço negro para que ninguém percebesse o sorriso de satisfação que aflorava em seus lábios. Terminadas as exéquias, Núbia procurou pelo amante para dizer-lhe que estava pronta para ser sua nova mulher, esperariam o luto oficial e poderiam começar os preparativos para o casamento e coroação. A reação de Alberto fez seu coração gelar:- Núbia foi você que matou minha mulher? Negou peremptoriamente. Ela jamais teria coragem de fazer qualquer mal à sua prima, mesmo amando seu marido, pelo contrário, perdera noites de sono para permanecer à cabeceira da doente. Como podia ele pensar isso dela? - Núbia! - Alberto estava gritando - A casa tem criados, será que você é tão imbecil que não percebe que eu descobriria? O desespero tomou conta da mulher, sentiu que a situação havia fugido de seu controle. Jogou-se aos pés do homem implorando perdão: - Eu te amo demais, não agüentava mais ficar longe de você! As lágrimas corriam livremente. - Ela não te amava, sou eu que o amo! Sem pestanejar, Alberto chamou pelos guardas palacianos e mandou que a levassem a ferros para o porão do castelo onde ficaria até que ele decidisse o que fazer. Durante três anos permaneceu presa. Chorava muito e amaldiçoava a todos. O pior, porém era o fantasma de Velma que todas as noites a visitava. A imagem da rainha surgia ricamente vestida e a olhava com piedade balançando a cabeça em sinal de desaprovação. Nesses momentos os gritos que dava ecoavam pelos corredores do palácio. Da bela e arrogante mulher, nada mais restava. Tornara-se um trapo humano. Um dia veio o golpe fatal. A criada que lhe trazia as refeições informou-lhe que o rei havia anunciado seu casamento com uma jovem duquesa. As horas que se seguiram a essa descoberta foram de horror, a imagem da rainha falecida permaneceu sentada no fundo do cubículo e não desviava o olhar tristonho de acusação. Num acesso de fúria avançou sobre o espectro. Debilitada, tropeçou nas próprias vestes e caiu batendo a têmpora na pedra onde Velma estivera sentada. Seu espírito vagou por anos. Aprendeu muito e descobriu que havia sido rainha em outras encarnações, mas que nunca fora exemplo de bondade ou compaixão. Como Maria Padilha das Sete Encruzilhadas, readquiriu o porte majestoso de antigas vivências e segue em busca de evolução. Sempre que está em terra lembra que há muito a aprender, mas que tem muito a ensinar. Laroiê as Pomba-giras!

CIGANA SARITA


CIGANA SARITA



A noite estava muito escura. Lara caminhava com dificuldade pisando sobre pedras que não conseguia enxergar. Andando há mais de uma hora, vira a lua aparecer no céu, mas as nuvens que insistiam em cobri-la não deixavam que o percurso fosse iluminado e seu destino dava a impressão de estar cada vez mais distante. Por sorte conhecia de cor os atalhos que tomara e tinha a esperança de chegar antes que alguém desconfiasse que fora até a cidade. Dissera à velha Mina que iria tomar banho em uma cachoeira pouco distante do acampamento, mas que voltaria antes do cair da noite. Desconfiada, a velha ama insistiu em fazer-lhe companhia, mas foi rechaçada de forma grosseira, coisa pouco usual na convivência entre elas.
No acampamento Mina fechou-se na tenda que dividia com Lara em profundo silêncio para que pensassem que ambas não estavam. Porém, conforme as horas se passavam seu coração apertava de medo pelo que poderia acontecer à querida sobrinha caso descobrissem o que ela fora fazer. Lara não dissera uma palavra sequer, mas ela sabia, criara a garota desde a mais tenra infância e conhecia seus pensamentos e hábitos mais que ela própria. Percebera imediatamente os olhares trocados entre a jovem e o belo cavalheiro que encontraram em uma de suas idas à cidade. A beleza da cigana enfeitiçara o rapaz e Mina, experiente nesses assuntos, vira claramente o fogo da paixão imediatamente correspondida. Tentara por diversas vezes alertar a sobrinha fazendo-a lembrar-se de seu compromisso com o cigano Juan filho do chefe, mas ela não lhe dera ouvidos e sempre gritava que não havia nada e que a velhice da mulher é que inventava esses romances absurdos. Contudo ela sabia que os encontros às escondidas estavam ficando cada vez mais freqüentes e se algo não fosse feito Lara seria descoberta e acabaria, com certeza, expulsa ou morta, já que isso jamais seria perdoado pelo conselho dos anciãos. Teve um estremecimento ao ouvir a voz de Juan chamando por Lara. O que fazer? Ficar quieta e não revelar que ali estava? Ou sair e contar a história da cachoeira? Resolveu sair. – Lara foi tomar banho lá na cascata azul, filho! O rapaz olhou-a com ódio e gritou: - Como ousa mentir para mim velha? Fui informado que sua sobrinha foi para a cidade deitar-se com um amante, só vim até aqui para ter certeza de não encontrá-la, mas vou atrás dela nesse instante e não me chamarei Juan se a deixar viva. Minha honra foi maculada e não posso deixar que essa sem-vergonha viva para arrastar meu nome na lama! Ao ouvir essa ameaça a mulher esqueceu-se de suas dores e correu em direção à saída do acampamento, tinha de achar Lara antes dele. Era tarde. A cigana calmamente caminhava em sua direção. Mina gritou com voz rouca como que arrancada do fundo do peito: - Corra minha filha! Lara avistou seu prometido logo atrás da tia e num segundo entendeu tudo, virou-se e passou a correr por onde viera. O punhal certeiro do cigano atingiu-lhe em cheio o meio das costas fazendo-a tombar de dor. A velha ajoelhou-se em desespero gritando sobre a bela cigana, mas não havia mais nada a fazer. O espirito de Lara desprendeu-se e entregou-se à natureza. A passagem de Lara pelos campos escuros das provações foi breve, após muitos ensinamentos e preparos para a evolução necessária, tornou-se a Cigana Sarita e hoje alegra muitos terreiros com sua juventude e graça. Apesar de adorar a dança sempre atende aos que a procuram com carinho e grande senso de justiça, agradece a oportunidade de poder ajudar e sai dançando com um largo sorriso!



Optcha!!!

TEMPLO ESTRELA DO ORIENTE

Sou médium do Templo Estrela do Oriente. Uma casa séria que prega a UMBANDA com muito amor, carinho e respeito.
Conheçam um pouco do Templo Estrela do Oriente, Casa da Cabocla Jurema da Praia.



O TEMPLO ESTRELA DO ORIENTE é uma Instituição Religiosa de Umbanda, sem fins lucrativos sediada à Rua Goiás, nº 548, no bairro da Piedade, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Foi inaugurada aos 22 dias de abril de 2007, nas areias da praia da Barra da Tijuca, quando a Cabocla Jurema da Praia, sua entidade dirigente determinou as diretrizes, entre as quais a prática da caridade plena, anunciou também o inicio das atividades no plano físico, já que no astral superior a casa há muito existia. Umbanda praticada na “Casa da Cabocla Jurema da Praia”, é fundamentada nos ensinamentos transmitidos pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS (O codificador da Umbanda). Porém, buscamos uma religião muito além dos dogmas tradicionais, razão pela qual entendemos a importância do aprendizado constante como forma de evolução. Diante deste compromisso, não nos fixamos apenas e tão somente nos cultos afro, pois temos consciência de que existiram grandes “alquimistas” e maravilhosas filosofias, que contribuíram de forma decisiva para a formação da humanidade. Por outro lado, isto não quer dizer que modificamos a essência da religião dos Orixás em nossa sessão, já que a “Umbanda Sem Fronteiras” praticada no TEMPLO ESTRELA DO ORIENTE tem seus atabaques, seus Orixás, Exus e Pombagiras, Ibeijis, Caboclos, Preto Velhos, defumadores, pontos cantados, riscados e tudo mais que qualquer instituição de Umbanda pode ter. É importante lembrar, que nossa grande meta é o auxílio aos necessitados, uma conseqüente evolução como seres espirituais que somos, sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação de raça, sexo ou religião, além das consultas espirituais serem inteiramente gratuitas. Finalmente, não abrimos mão de interagir, pesquisar, estudar, evoluir e auxiliar àqueles que buscam a grande luz da espiritualidade e, para tal, fica o convite para conhecerem o TEMPLO ESTRELA DO ORIENTE, a “Casa da Cabocla Jurema da Praia”.

ZELIO FERNANDINO DE MORAES


ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES

Inicio da Umbanda, muitos não conhecem mas foi o Sr.Zélio Fernandino de Moraes quem inicou a Umbanda no Brasil, ele nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso.
Estávamos no ano de 1908, nessa mesma época, o jovem havia terminado o curso propedêutico(atual ensino médio), contava com quase 17 anos de idade e sofria de um estranho mal á algum tempo. Ás vezes, sem nenhuma razão aparente, ele começava a falar em línguas estranhas. Ou então assumia outras personalidades totalmente diversas de sua própria. Ás vezes se assemelhava a um preto velho, arcado, reumático; outras vezes em uma figura de andar felino, jovem e lépida, e
como não podia deixar de ser, este estado anormal logo chamou a atenção de seus familiares.
Principalmente, porque este jovem, seguindo uma tradição familiar, estava se preparando para seguir carreira na marinha, como aluno oficial. Esse estado foi se agravando e os chamados ataques, se repetindo cada vez mais freqüente. A família contava, entre outros, com o nome de um medico famoso em sua época, o Dr. Epaminondas de Moraes, diretor do Hospício de Vargem Grande e tio do referido jovem que se chamava Zélio Fernandino de Moraes. Por isso, sua família não titubeou
em envia-lo ao tio.
Este após axamina-lo e observa-lo durante alguns dias, reencaminhou-o á sua família, dizendo que a loucura não se enquadrava em nada do que ele havia conhecido, ponderando a ainda, que o melhor seria encaminha-lo a um padre, pois o garoto mais parecia estar possuído. Como acontecia com quase todas famílias importantes da época, também havia na família um padre católico. E através desse sacerdote
foi realizado um exorcismo para livra-lo daqueles incômodos ataques. Todavia, nem esse, nem os dois exorcismo realizados posteriormente, inclusive com a participação de outros padres católicos,conseguiram dar a família Moraes o tão desejado sossego, pois as manifestações prosseguiam, apesar de tudo.
Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida,figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.
O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói,município vizinho a São Gonçalo, onde residia a família Moraes. A Federação era então presidida pelo Sr. José de Souza, também militar da marinha.
Estava num daqueles chamados ataques. Que nada mais eram do que involuntárias incorporações de diferentes espíritos. Lá chegando, o Sr. José de Souza, médium vidente, interpelou o espírito manifestado no jovem Zélio e houve o seguinte dialogo. Sr. José de Souza – “Que é você?” O espírito - "Sou apenas um caboclo brasileiro" Sr. José de Souza – “Você se identifica como um caboclo, Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz?” O Espírito – “O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior”. Fui frade, meu nome era Gabriel Malagrida e fui eu quem previu o terremoto em Lisboa em 1755. Mas em minha ultima existência física. DEUS concedeu-me o privilegio de nascer como Caboclo Brasileiro.” Sr. José de Souza – “ E qual é o seu nome?” O Espírito – ‘"Se É PRECISO QUE EU TENHA UM NOME digam que sou o CABOCLO DAS SETE ENCRU­ZILHADAS, pois não haverá caminhos fecha­dos para mim. Venho trazer a Umbanda, religião que harmo­nizará as famílias e que
perdurará até o final dos séculos" ... No desenrolar dessa conversa, entre muitas outras perguntas, O Sr. José de Souza teria perguntado se já não bastavam as religiões já existentes, e fez menção ao espiritismo então praticado e foram estas palavras do Caboclo das Setes Encruzilhadas.
O Espírito – “DEUS, em sua infinita misericórdia, estabeleceu na morte o grande nivelamento universal. Rico, poderoso ou humilde de tornam iguais na morte, mas vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo alem da carreira da morte.
PORQUE NÃO PODEM NOS VISIRAR ESSES HUMILDES TRABALHADORES DO ESPAÇO, SE APESAR DE NÃO HAVEREM SIDO PESSOAS IMPORTANTES, TAMBEM TRAZEM IMPORTANTES MENSAGENS DO ALEM? POR QUE O NÃO AOS CABOCLOS E PRETOS VELHOS. ACASO NÃO FORAM ELES RAMBEM FILHOS DO MESMO DEUS?”
A seguir, fez uma serie de revelações sobre o que estava á espera da humanidade:
- “Este mundo de iniqüidades, mais uma vez será varrido pela dor, pela ambição do homem e pelo desrespeito ás leis de DEUS. As mulheres perderão a honra e a vergonha. A vil moeda comprara i caráter e o próprio homem se tornará afeminado. Uma onda de sangue varrerá a Europa e quando todos acharem que o pior dos horrores já foi
atingido, uma outra onda de sangue, muito maior do que a primeira voltará a envolver a humanidade, e um único engenho militar, será capaz de destruir em segundos, milhares de pessoas. O homem será uma vitima de sua própria maquina de destruição.”
Não nos esqueçamos que estávamos no ano de 1908 e que nem imaginavam as armas atômicas, e que o meio de transporte mais usado, ainda era o cavalo.
E prosseguindo, ainda ante o Sr. José de Souza, disse também o Caboclo das Setes Encruzilhadas: O Espírito – “Amanhã, na casa em que meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que queira se manifestar, independentemente daquilo que haja sido em vida. Todos serão ouvidos.
Nós aprenderemos com aque­les espíritos que souberem mais, ensi­na­remos os que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem dire­mos não, pois esta é à vontade do Pai." Sr. José de Souza – “Que nome darão a essa casa?”
O Espírito – “Nossa Senhora da Piedade, pois da mesma forma que MARIA ampara nos braços o Filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição!
No dia seguinte, na casa da Família Moraes, o Caboclo se manifesta fundando ali a Tenda Espírita Nossa Senhora da Pie­dade, porque assim como Nossa Senhora aco­lheu Jesus em seus bra­ços, a Umbanda ha­veria de acolher os filhos seus. Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi
confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:"- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá",
Após insistência dos presentes fala:"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo". Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:"- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá". Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente à casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados.
A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.
Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro;Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge; Tenda Espírita São Jerônimo.
As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum,Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.
Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que
segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo
Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia.
Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a
saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.
Durante os seus 67 anos de tra­balho voltado para a Umbanda, Zélio fun­dou dezenas de Tendas e ajudou a fundar centenas delas.
Das tendas fun­dadas por ele, que se mantinham sob seu comando indireto, continua ati­va ainda a Tenda Espírita São Jorge, sob o comando do Sr. Pedro Mi­randa, tam­bém presidente da União Espírita de Umbanda do Brasil, que já se chamou Federação Espírita de Um­banda do Brasil, a primeira Federação da nossa religião fundada em 1939por orien­tação do Caboclo das Sete encruzilhadas.
Zélio de Moraes era homem de um coração e bondade que pouco se vê, comparado apenas aos grandes Mes­tres Iluminados que já passaram por esta Terra.
Zélio deixou um legado para seus descendentes: A mais antiga tenda de Umbanda existe e funciona até os dias de hoje na Travessa Zélio de Moraes em Boca do Mato, no município de Ca­choeiras de Macacu, onde funciona tam­bém a Cabana de Pai Antônio.
À frente dos trabalhos hoje está a neta carnal de Zélio de Moraes a Sra. Lygia Cunha. Mãe Zilméia de Moraes Cunha (Mãe carnal de Lygia) se encontra na flor dos seus 93 anos de idade com uma lucidez de impressionar qualquer pessoa.
Mãe Zilméia é uma senhora de uma grande simpatia e muita simplicidade no modo de viver. A forma como ex­pressa seus sentimentos a caracterizam como a pessoa mais amorosa que este simples escrevente teve o prazer de conhecer.
Pai Antônio sempre a cha­mou de carnei­rinho, por suas madeixas douradas e seu jeito doce de lidar com as pessoas. Mãe Zilméia se emociona ao lembrar de tantos anos ao lado de seu Pai na lida espiritual e sempre que relata alguns dos casos e histórias que envolvem sua vida espiritual costuma dizer: "Não me arre­pendo de nada, fa­ria tudo outra vez;" "Nasci para ser espírita!","Papai sempre dizia..." Não há quem não se sinta ao lado de uma Mãe ou de uma Avó muito querida, quando tem a oportunidade de trocar algumas palavras com esta querida, de todos nós mãe, Zilméia, fi­lha carnal de Zélio de Moraes.

MARIA MULAMBO



CONTOS DE MARIA MULAMBO.

MARIA MULAMBO DA ESTRADA - A DEUSA ENCANTADA

 Sua lenda diz que Maria Mulambo nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus
pais não eram reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado.
Maria cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada
de princesinha, mas não o era. Aos 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei,
para casar-se com seu filho de 40 anos.
Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna
aumentasse. Os anos se passavam e Maria não engravidava. O reino precisava de um
outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor de, além de manter um casamento
sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher
que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
Paralelamente a isso tudo, a nossa Maria era uma mulher que praticava a
caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e
necessitados.
Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos
mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos
quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só
que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor.
O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria declarada rainha daquele pequeno
país. O povo adorava Maria, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam
Maria por não poder engravidar.
No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria, que era
tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse
por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao
chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras
surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria sofria com
suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés.
Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a
caridade. Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas,
resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu
grande amor.
Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a
situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família.
Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para
trás. O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu.
Maria agora não se vestia com luxo e riquezas, agora vestia roupas humildes que,
de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou.
A notícia correu todo o país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em
saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele
ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer.
Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.
Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria
Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo.
Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem
na parte mais funda do rio.
O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens
do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali
haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde só
faltavam pular fora d'água.
Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria; e o
encontrou. Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava
intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria foi jogada ao
rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo.
Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimônia digna de
uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu.
Seu amado nunca mais se casou, cultuando-a por toda a vida, à espera de poder
encontrá-la de novo. À espera de poder reencontrar sua Maria.
No dia em que ele morreu e reencontrou Maria, o céu se fez do azul mais límpido
e teve início a primavera.
Assim a nossa Maria, que agora era a rainha Maria Mulambo, virou lenda; e até
hoje é invocada para proteção dos amores impossíveis.


Exú Mulher Maria Mulambo, você que ajuda a todos que lhe procuram  nos momentos mais difíceis e aparentemente sem solução, aceite esta pequena homenagem que fiz com muito amor. Podem dizer que você é farrapo, gosta do lixo e tudo o mais; A sua missão é esta: tratar do lixo espiritual em que a maioria das pessoas vive, curar a depressão e fazer os humanos acreditarem em si mesmos, em sua potencialidade. Este é o seu fundamento. Para isto você foi criada. Laroiê mulher Maria Mulambo!!!...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Preta Velha Vovó Maria Conga

Hj foi dia bastante emocionante, onde senti a grande força dessa Preta Velha. Em um momento de angústia, receio, pedi as Almas respostas para algumas dúvidas. Não em relação a minha umbanda querida, mas em relação a problemas pessoais. Foi quando imediatamente Ela me respondeu, e deixou no meu mental tudo o que precisava saber. Que a Força de Vó Maria Conga possa tb acalentar o coração de todos que estejam angustiados.


Conto a seguir um pouco da história Vovó Maria Conga. Adorei as Almas!!!
Que a paz de Oxalá esteja com todos nós.





VOVÓ MARIA CONGA




Cenas de exaustivo trabalho em plantações de cana. É nisso que Vovó Maria Conga parece estar constantemente envolvida. Gosta de doces, cocada branca em especial, mas não dá demonstrações de ter sido esta sua principal ocupação na encarnação como escrava.

Sentada em um toco de madeira no terreiro contou, certa vez, alguns fatos de sua vida em terra brasileira.

Começou dizendo que só o fato de podermos conviver com nossos filhos é uma grande dádiva. Naquele tempo as negras eram destinadas, entre outras coisas, a procriar, a gerar filhos que delas eram afastados muito cedo, até mesmo antes de serem desmamados. Outras negras alimentavam sua cria, assim como tantos outros “filhotes” foram alimentados pela Mãe Conga. Quase todas as mulheres escravas se transformavam em mães; cuidavam das crianças que chegavam à fazenda, rezando para que seus próprios filhos também encontrassem alento aonde quer que estivessem.


Os orixás africanos, desempenhavam papel fundamental nesta época. Diferentes nações africanas que antes guerreavam, foram obrigadas a se unir na defesa da raça e todos os orixás passaram a trabalhar para todo o povo negro. As mães tomavam conhecimento do destino de seus filhos através das mensagens dos orixás. Eram eles que pediam oferendas em momentos difíceis e era a eles que todos recorriam para afastar a dor.


Maria Conga teve que se utilizar de algumas “mirongas” para deixar de ser uma reprodutora, e assim, pelo fato de ainda ser uma mulher forte, restou-lhe a plantação de cana. A colheita era sempre motivo para muito trabalho e uma espécie de algazarra contagiava o lugar. Enquanto as mulheres cortavam a cana, as crianças, em total rebuliço, arrumavam os fardos para que os homens os carregassem até o local indicado pelo feitor. Foi numa dessas ocasiões que Maria Conga soube que um dos seus filhos, afastado dela quando já sabia andar e falar, era homem forte, trabalhando numa fazenda próxima.


Seu coração transbordou de alegria e nada poderia dissuadi-la da idéia de revê-lo. Passou então a escapar da fazenda, correndo de sol a sol, para admirar a beleza daquele forte negro. Nas primeiras vezes não teve meios de falar com ele, mas os orixás ouviram suas súplicas e não tardou para que os dois pudessem se abraçar e derramar as lágrimas por tanto tempo contidas. Parecia a ela que eles nunca tinham se afastado, pois o amor os mantivera unidos por todo o tempo.


Certa tarde, quase chegando na senzala, a negra foi descoberta. Apanhou bastante, mas não deixou de escapar novamente para reencontrar seu filho. Mais uma vez os brancos a pegaram na fuga, e como ela ainda insistisse uma terceira vez resolveram encerrar a questão: queimaram sua perna direita, um pouco acima da canela, para que ela não mais pudesse correr.


Impossibilitada de ver o filho, com menor capacidade de trabalho, a Vó Maria Conga passou a cuidar das crianças negras e de seus doentes. Seu coração se encheu de tristeza ao saber que haviam matado seu filho quando tentava fugir para vê-la.


Sua vida mudou. De alegre e tagarela passou a ser muito séria, cuidando do que falavaaté mesmo com os outros negros. Para as crianças contava histórias de reis negros em terras negras, onde não havia outro senhor. Sábia, experiente e calada, Vovó Maria Conga desencarnou.


Com lágrimas na alma ela acabou seu conto. Disse que só entendeu a medida do amor após a sua morte. Seu filho a esperava sorrindo, guardião que fora da mãe o tempo todo em que aguardava seu retorno ao mundo dos espíritos.


Maria Cristina Mendes
Fonte: Terreiro de Umbanda Pai Maneco






Prece a vovó Maria Conga




Benevolente e iluminada Vó Maria Conga,peço a tua proteção e bendigo a tua presença em todos os momentos.


Quero pedir-te que venha em meu auxílio juntamente com toda tua corrente bendita.


Traga-me a benção de teus sábios conselhos.


Dái-me a paz que trazes no olhar.


Seca minhas lágrimas com tua ternura.Livra-me do perigo.


Livra-me da incerteza.


Vó Maria Conga peço-te coragem nos momentos difíceis.


A tu que sofreste tanto e suportaste tudo com humildade e perdão, peço força e luz.










Que assim seja

domingo, 24 de janeiro de 2010

Tranca Rua das Almas




Oração a Tranca-Ruas





Senhor Tranca-Rua , senhor do sétimo grau de evolução da lei maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, interceda em meu caminho livrando-me de toda a energia que possa atrapalhar minha evolução; fazei de meus pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo. Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei meu coração mais puro que meus próprios atos; Fazei de minhas palavras a transparência da humildade; Fazei do meu corpo aparelho da caridade. Pois a teu lado demanda co-migo não existirá, estarei coberto por sua capa que protege e abriga seus filhos. Senhor Tranca-Ruas das Almas agradeço por tudo que me fizeste apren-der nesta vida e em outras que passei ao seu lado, rogo por vós a proteção para mim, para meus irmãos de fé, para minha família e porque não para meus inimigos Abençoe a guarde esses filhos que um dia entenderam o verdadeiro sentido da palavra Umbanda. Laroiê Exu !



Que Oxalá nos abençoe.